domingo, 24 de junho de 2012

Parece até que grudaram um imã em mim e infincaram ferros em tudo o que é ruim.
O mal me segue e, como flecha, se instala em meu peito.
Estou a milímetros da morte;
Estou a meio passo de um precipício.
Como cão covarde me pego fugindo, correndo
me confundindo.
Os ouvidos se fecham enquanto grito socorro e quando se abrem já não tenho voz, nem fôlego.
Que sentido ha de ter essa vida tão maltrapilha? 
Vagabunda, moribunda é o que sou! Por não ser como os outros da vitrine.
Quem sou já não importa e se o ter é o que me faz valer, nada valho porque nada tenho.
Minha riqueza não é apalpável, apesar de ser sensível a toques; 
Meu ouro é o amor que carrego e o amor que carrego de nada vale para os que enxergam com olhos $ujos.
Pobres são os amantes
Ordinária sou. 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Primeiro seja feliz, seja alegre, seja festivo e então você encontrará alguma outra alma festiva e haverá um encontro de duas almas dançantes e uma grande dança irá surgir disso. 


Osho, em "Ecstasy: The Forgotten Language"

É que eu te amo

É certo que tua beleza me encanta, mas é tua verdade o que me fascina.
Já não me vejo sem teus abraços, mas é do teu olhar que necessito.
Tua essência te traduz, mas meu amor - tão confuso - não entende com clareza o que teu coração diz.
Desejo teu toque, desejo o amor que tens à derramar;
Quero tua plenitude.
Sonho com teus sorrisos que, involuntariamente, abrem os meus; sonho com sua voz que me cala e me apura os ouvidos... sonho com teu sabor.
O gosto dos frutos maduros me lembram os doces beijos que nunca demos. O mexer de asas dos pássaros lembram-me dos movimentos do teu corpo ao dançar pra mim em sonhos.
Te venero, te almejo.
"Não te quero em pedaços como quem coleciona peças de um enorme quebra-cabeça"; quero-te por inteiro.
Quero teus defeitos e teus cabelos bagunçados; te quero em teus dias de fúria e quero beijar-te antes do café.
Quero entrar na sua rotina e ser parte do teu dia-a-dia.
Quero viver nossas crises, resolver nossos problemas; quero que exista uma nossa vida.
Porque, como necessito de amor para viver, assim preciso de você.

sábado, 9 de junho de 2012

No ventre de uma mulher, um bebê pergunta ao outro

- Você acredita na vida após o nascimento?
- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?
- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.
- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída – o cordão umbilical é muito curto.
- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.
- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?
- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.
- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.
- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente, como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que só então a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela…

domingo, 3 de junho de 2012


Considero o passado e tento entender o presente para encontrar-me em paz com o futuro.
Quantos passos posso dar por vez?
Estou lutando com o tempo, não contra ele.
Seria possível ter pressa e estar calma ao mesmo tempo?
Quero meus frutos, quero ter em mãos os sonhos que deram lugar a outros; quero refrigério.
Quero encobrir más recordações com boas lembranças e acompanhar o desabrochar de cada uma das rosas que tanto espero.

Todo amor que me é soprado faz-me voar.
E como é fácil voar!
Sem sequer sentir saudades do chão, flutuo com os pensamentos no além.
Minhas mutações passam então a ser normais nesse novo mundo; é nesse universo paralelo, que construo desde os primeiros sonhos, que me refugio quando o solo me almeja.
Aquelas sementes brilhantes que joguei no chão, passaram de brotos à lindas árvores que me presenteiam com frutos chamados felicidade.
É nesse universo que posso sentir inúmeros sabores e inspirar espirais que me embalam com efeitos
alucinógenos.
As cores se confundem, os objetos se movimentam e o vento brinca com meus pensamentos.
Tenho sol, tenho lua e tenho estrelas ao mesmo tempo num mesmo céu.
Não me chamem; me deixem ficar.
É nesse planeta distante onde eu quero morar.