quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dona Rosa


Dona que é dona sem querer
Dona da graça de viver;
Exala um ar que ao meu ver
É puro amor 
Me faz crescer 

Dona que cuida, que alimenta
Dona humilde pra quem peço a benção
Dona querida, que é um exemplo
Carrega pureza em todo pensamento

Dona que é mãe, dona que vó
Quem me criou, quem me deu voz
Dona tão linda que mereceu nome de flor
Rosa Caetano, meu maior amor

Se hoje eu soubesse fazer poesia
Teu nome em cada verso citaria
Mas ainda me perco em meio a rabiscos
Prefiro abraçar-te e sussurrar-te aos ouvidos

És dona minha, por quem tenho amor
E que os céus me levem antes da dor
De não tê-la ao meu lado fritando bolinhos
Enquanto o sol se embeleza e vai se pôr 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Quero lançar-me numa fogueira e sentir o cheiro da minha própria carne sendo queimada com todos os desejos que um dia me atordoaram. Quero agoniar-me com meus próprios gritos de dor e derreter lentamente como uma vela na escuridão.
Quero morrer aos poucos, assim como vivi, como sofri e como amei.
Quero que caçoem de mim até meu último suspiro por saberem que, de tanto pregar o amor, me preguei à um impossível e junto à minha covardia lancei-me ao enxofre.
Miserável! Maldita! Mau amada e todos os outros emes.
Algumas lagartas morrem lagartas. São banhadas de álcool e queimadas quando se aproximam demais das belas flores e dos bons frutos. Se retorcem, se arrastam e se encontram com a morte antes mesmo de criar as tão esperadas asas.
Se não fosse tamanha a vontade por aquelas folhas, se tivessem resistido, se esperassem elas voarem ao seu encontro não teriam passado por tal sofrimento. Mas como lidar com seu instinto? Como frear se o desejo te carrega à própria morte e abre sua sepultura?
É como me vejo.
Me deslumbrei, me deixei levar e, antes mesmo de sentir de perto o cheiro do verde, me vejo banhada em álcool.
Aguardo a morte.
Toquem músicas eruditas enquanto ardo em chamas e digam ao meu amor que eu a amei - e como amei.