Era

Li postagens que diziam sobre fotografias antigas e isso despertou uma grande vontade
de (re)ver as minhas. A empolgação tomou conta de mim e meus olhos brilharam ao abrir
o baú velho, cheio de álbuns de fotos velhas, revistas e jornais que, um dia, fizeram parte de
momentos importantes da minha vida.
Comecei pelo álbum do meu 1º aniversário. Não imaginei que emocionaria vendo aquilo, mas foi exatamente o que aconteceu.
Sorrisos de orelha a orelha em todos os retratos. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo, mas sabia que era pra mim. Centenas de balões, doces, crianças, palhaços...tudo que havia naquele lugar estava lá por mim. Era a minha festa. O meu dia. O mundo parou por minha causa.
Tá, exagerei, mas só um pouco. (risos)
Fui, então, para o 2º álbum. Eu já estava maior e meu cabelo estava começando a crescer e, mais uma vez, os sorrisos e a ALEGRIA estavam presentes nos retratos.
Comecei a pular alguns álbuns de certas etapas da minha vida e cheguei no querido álbum da minha adolescencia.
A diferença foi chocante e, pra mim, triste. Eu já não sorria nas fotos e, pra falar a verdade, eu era mesmo obrigada a estar em algumas delas (todas, quase).
As fotos que antes eram cheias de pessoas fazendo careta, primos colocando chifres uns nos outros, fotos tão espontaneas que faziam medo, hoje fazem parte do meu passado. Infelizmente. Hoje a família está distante. Muito perto, porém, muito longe. Sinto falta DAQUELES momentos.
Quando eu e meus primos tinhamos uma banda, a HVJ, uma mistura de KLB com Jonas Brothers. O nome significava Higor, Verônica e Jéssica. (mais uma da série criatividade sem limites). Era tão bom. A gente desafinava descontroladamente, não tocavamos merda nenhuma, sempre queriamos ser o centro das atenções e, sim, nós conseguiamos.
A família adorava. Todos aplaudiam. Ao fechar os olhos, lembro perfeitamente de cada apresentação que fizemos. Era ilário, fascinante.
No meio de tantas lembranças me veio também meu outro grupo musical, que na verdade era uma dupla, tipo Pepe e Nenem ou Sandy e Júnior, formada por mim e minha prima. Se chamava JK. (Sim, eu curto letrinhas).
Eramos tão loucas, tão criativas, tão empolgadas, eramos crianças.
Eramos. Na minha vida tudo "era". Eu era feliz, eu era divertida. Minha companhia era agradável. Era tudo simples e, aos meus olhos, tudo muito bom. Era Não sei se era real. O que não faz mas tanto sentido, pra mim. Isso tudo já era.
E eu estou vivendo na "nova era"; desconhecida até então.